Comer conforme a estação do ano. Viva os cozidos!

Por Ana Maria Tomazoni

Quando pensamos em estações do ano, principalmente verão e inverno, já relacionamos cada uma ao que mais gostamos no modo de viver, desde o simples vestir uma roupa à alimentação. Como alguém que ama cozinhar, quero aqui sugerir alguns pratos que ajudam na imunidade durante o clima mais frio e também como pratos quase únicos e quentes. E também uma boa opção para o Dia das Mães que se aproxima.

No Brasil, por conta do clima tropical, não seguimos muito os cardápios dos calendários sazonais.  Um exemplo é nossa feijoada contemplada nos cardápios semanais na maioria dos restaurantes. O ano todo.  

Como estamos no mês de maio e já temos noites e dias mais frios, esse será o fio condutor para nossa sugestão.

Quem é descendente de espanhóis, as memórias afetivas e gustativas lembram “os garbanzos”  um delicioso “puchero”  e quase isso “um pozodero” como cozinham os mexicanos. Aqui abro uns parênteses para contar que quando estava num hotel em Monterrey (México), tinha disponível, no café da manhã, esse cozido. Chamou-me atenção e perguntei ao garçom e ele confirmou que é hábito servir esse prato com grãos de bico e de milho branco no café.

Minha memória de avó paterna sempre foi de deixar de molho os grãos de bico à noite e, pela manhã, todos ajudando manualmente a tirar a pele de cada grão. As crianças riam muito dos “casos” contados pela vó e pelo vô em torno da mesa, enquanto tiravam a pele do grão.

Lembrar-se da nossa feijoada, do puchero e do cassole para os ses é sempre muito bom nesses dias mais frios, pois são acolhedoras, quentinhas, saudáveis e possuem variedades de alimentos em carnes e vegetais. Os cozidos com alimentos sazonais (que temos na época) garantem mais frescor, mais sabor e são mais nutritivos.

Os grãos são, nutricionalmente falando, fontes em fibras, minerais e vitaminas em todas as fases da vida. Eles harmonizam com grande variedade de condimentos, ervas e carnes.

Mas antes de ar as receitas e comentários gostaria de citar um “Manifesto dos Feijões e das Leguminosas”. Um texto traduzido por Lucas Mourão, porta voz da Comunidade Slow Food Beagá, extraído de um texto original dos parceiros do Projeto Global Beans, com o objetivo de conectar os promotores da biodiversidade de feijões e leguminosas.

Na missão de educar com alimentos, a importância das nossas escolhas e consciência alimentar são fundamentais para uma melhor longevidade, assim como conhecer os alimentos, de onde vem, quem planta, como são produzidos.  Como exemplo, a biodiversidade alimentar pode interferir em nosso Planeta e em cada um de nós. Você já pensou nisso?

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